A psicoterapia está focada no comportamento.
A pessoa que busca atendimento em psicoterapia, normalmente, traz em sua queixa a descrição de sintomas e/ou eventos que a fazem infeliz e, em função disso, vê no terapeuta a figura daquele que pode produzir o alívio de tal desconforto emocional. Como isso é feito?
Os terapeutas que atuam na abordagem comportamental têm como objeto de trabalho o comportamento humano. Dentro desse contexto, o conceito de comportamento não se limita somente àquilo que é observável. Para nós, terapeutas comportamentais, comportar-se é interagir com o ambiente. E é através da observação dessa interação que se torna possível inferir porquê nos comportamos dessa ou daquela maneira.
A abordagem comportamental na psicologia clínica tem como objetivo, através do que chamamos de análise funcional, identificar quais variáveis exercem controle sobre o comportamento. Ou seja, detectamos os eventos que antecedem a nossa ação, as conseqüências que nossa ação produz e a forma como esses itens se relacionam entre si. Só assim é possível identificar os determinantes da conduta do indivíduo e, conseqüentemente, aquilo que vem acarretando sofrimento.
A partir disso, torna-se viável propor procedimentos alternativos para corrigir os chamados comportamentos disfuncionais – que causam a infelicidade e estão relacionados à queixa – sejam aqueles que aparecem em excesso, quanto àqueles que são deficitários. As novas condutas do indivíduo, desenvolvidas em terapia, serão então responsáveis pela produção de eventos que resultem em mais prazer e pela solução daqueles que lhe são aversivos, o que gera o alívio buscado pelo cliente desde o início do processo terapêutico.